E quase sempre esquecemos de lembrar
Que o tempo voa na velocidade da luz
Que ninguém jamais o conduz
Por isso fingimos ignorar a efemeridade
Numa vã tentativa de controle da idade
Contamos os anos no calendário
E vivemos feito peixes de aquário
Nadando num contínuo fluxo solitário
Tão seguros de si e inseguros de amar
Tão perdidos do vento e do mar
Esquecemos a essência de compartilhar
Cercados por anônimos estranhos
Numa solidão sem cor nem tamanho
Meros expectadores do ciclo que termina
Numa vida consumida pela rotina
Pausamos sonhos e a imaginação
Até um novo momento de renovação
Da fé, da esperança e da paz
Que só um aniversário traz