quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Sede

Aquilo que arde, queima, incendeia
Incandeia labaredas de sentidos
Aguça minha boca e a libido
Provoca delírios e suspiros
Até mesmo nos adormecidos
Que, por desídia, esqueceram

A loucura de ousar
Apimentar o simples ato de jantar
Só pra provocar e elevar
A temperatura, volume e pressão
Até mesmo dos acomodados
Que preferem a monotonia

Numa rotina sufocante
Como se o previsível e constante
Fosse seguro e não insano
Porque o controle é inimigo do desejo
Diante da vida que pede um beijo
Coragem, ternura e tesão

Pelo que ainda há por vir
Descobrir que é melhor ter sede
De viver, de amar e se dar
Se afogar no mar
Pra receber em retribuição
Um sorriso em forma de benção